terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

flor-de-lisANGELA


Rubrou, roubou do rubi o rubro.

Deixou-me mudo, com medo, fora de combate. 

Menina-flor escarlate.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

ALIMENTO


                                         Aos mestres Álvares e Augusto.
                                                           Adoro andar entre Azevedos e Anjos.

Me acostumei a viver no meio do lodo,
Ao barro voltarei, bem sei, me espera,
Minha alma separou-se da matéria,
Anseiam malditos vermes por meu todo.

Terão apenas meu imundo corpo; o fogo,
Imprudente, rebentou a fibra, impera
Poderoso urubu da primavera
Pousa em minha miséria esterco-esgoto.

Em breve, à terra fétida dar-me-ão.
Devorem-me, pertenço-lhes, grão a grão,
Vermes, sem cerimônia, ardem famintos.

Mordidas em meu corpo sequer sinto,
E sentiria por quê? Desabitada,
Vil-profana, matéria desgraçada.