sábado, 30 de agosto de 2014

TODO CRIMINOSO É BANDIDO DESDE QUE NÃO SEJA MEU AMIGO

Tenho acompanhado algumas discussões sobre o caso de racismo envolvendo o goleiro Aranha e alguns torcedores do Grêmio. 
Em primeiro lugar, quero deixar claro que não é apenas na torcida do tricolor gaúcho que há pessoas racistas. Os racistas estão em todos os lugares. Somos um país racista.
O que mais tem me incomodado é uma campanha em defesa da moça que chamou Aranha de macaco. Estão tentando defender o indefensável. Racismo e preconceito é crime! A moça foi pega "com a boca na botija", flagrante, crime! Mas vamos aos argumentos mais usados em defesa da moça:
- Aqui no Rio Grande isso é normal: se isso ainda é normal, já está na hora de parar de ser. Racismo não pode ser normal em lugar algum. A maioria dos gaúchos que conheço não acham que racismo é normal.
- A moça tem amigos negros: todo racista é obrigado a conviver com negros, depois que o negro consegue provar que é realmente "bom" para o racista, ele "deixa de ser negro". "O Zé Roberto joga no Grêmio e ela não o xinga." Deixa o Zé jogar em outro clube para ver o que acontece! "Todo criminoso é bandido desde que não seja meu amigo ou não esteja do meu lado." É assim que pensam pessoas como a moça.
- A moça não matou ninguém, não se pode condená-la, o crime é pequeno: o racista mata aos poucos, quem é professor sabe bem o que é pegar um aluno com baixa autoestima. Dá um trabalho imenso para reverter, quando é possível. Crime pequeno? Crime é crime! E esse é bem grande!
- Aranha é pior que macaco, por que ele está reclamando? Macaco é animal, assim como aranha: Ou o cara que diz isso é analfabeto funcional ou é hipócrita. O apelido Aranha é devido a ele parecer ter vários braços por ser capaz de fazer defesas incríveis. Chame um lutador de touro e chame um outro homem qualquer e veja a diferença.
E agora a pior de todas:
- O Aranha precisa procurar um psicanalista: esse argumento é bem típico daquelas pessoas que jogam a responsabilidade na vítima. Em caso de estupro, pessoas como essa culpam a mulher estuprada. Tenho pena!
Achar normal? Jamais! Preconceito e racismo é coisa de gente que não evoluiu.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Por que tantas pessoas se contentam em fazer igual?


É muito mais fácil ser igual. Poucos têm disposição para ficar justificando, o tempo todo, os seus atos, tidos como não convencionais. Muitos tentam ser diferentes, mas abandonam para não “ter aborrecimento”.
Quando jovem, assisti a um filme que me mudou, A Sociedade dos Poetas Mortos. Antes de assistir a esse filme, jamais havia pensado em ser professor, esse filme colocou em mim o desejo de ser professor de literatura. Adoro dar aula de gramática e de produção de texto, mas realizo-me mesmo trabalhando literatura, é o meu amor. É na literatura que consigo trabalhar do jeito que sempre imaginei. É aqui que consigo colocar um pouco do professor Keating que existe dentro de mim.
A maioria das pessoas acha esse filme maravilhoso, vibram com as aulas de Keating, mas muitas delas, quando veem um professor trabalhando de forma nada tradicional, torcem o nariz. Para muitos pais e, infelizmente, alguns professores também, nossos alunos não devem ter um professor que os permita questionar, formar opiniões, argumentar... E não é esse o papel da escola? Para muitos deles, nossos alunos devem ter na ponta da língua, por exemplo, os coletivos. “Silêncio, turma! Abelha... enxame, peixe... cardume, lobo... alcateia.” E de que adianta se saber o que é alcateia se não se for capaz de imaginar lobos correndo livremente no campo? Continuemos fazendo nossos alunos decorar verbos? Ou façamos com que eles realmente saibam utilizar a mais importante arma da humanidade: a linguagem? A escolha é nossa!
Resolvi ser professor para ser diferente da maioria dos professores que tive, pouco me acrescentaram, e viviam me tolhendo; e busquei o melhor dos poucos mestres brilhantes que tive. Foram poucos, mas foram especiais. Sou professor para fazer a diferença, não vim a este mundo para ser mais um, não quero ser apenas mais um professor.
Voltando a A Sociedade dos Poetas Mortos; nesta semana, assisti a esse filme três vezes com alunos de turmas diferentes. Em todas afirmaram que sou muito parecido com o professor Keating, o que me encheu de orgulho. Que não tenhamos o mesmo final!

Que meus alunos façam a diferença!

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

JORNAL

Não aprendeu a ler
Mas passava as noites com as letras
O papel mais importante de sua vida
Cobria-o na noite que não terminou.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

DICAS PARA INICIANTES NA MEIA MARATONA DAS CATARATAS

            A meia maratona das Cataratas é a prova mais encantadora do mundo. Não é uma prova difícil, mas se deve tomar alguns cuidados para vencer os 21.097m dentro de uma das 7 maravilhas da natureza.
            É preciso tomar muito cuidado com a umidade do ar, pois a corrida é toda dentro do parque, somente a chegada é fora, por outro lado, não se tem sol forte durante quase todo o percurso. E por falar em percurso, vamos a ele:
            A largada acontece a pouco mais de dois quilômetros do portão do parque. A largada é feita em terreno plano. Não largue forte! Vá buscando seu ritmo aos poucos. Procure se alinhar conforme seu ritmo. Deixe as posições da frente para os atletas que possuem pace abaixo de 4min/km ou perto disso. Deve-se ter bom senso e não se preocupe, pois o tempo que vale é o tempo líquido.
            Até o km 1, há uma subida e uma descida leves. Seguem-se subidas leves até o km 3,5 – ponto mais alto da prova. O primeiro posto de água se encontra aqui.
            No km 4, há uma descida de pouco mais de 500 m e declive de quase 20 metros. Tome cuidado para não forçar muito. Lembre-se de que apenas 1/5 da prova foi percorrido.
            Pouco antes do km 5 se chega ao Macuco Safári. É um ponto psicologicamente importante para os que já conhecem o percurso.
            O percurso se mantém praticamente plano até o km 7,5, poucas e fracas subidas e descidas. No km 6,5 há o segundo posto de água.
            Entre o km 7,5 e o 8 se chega à primeira grande dificuldade do percurso, a subida do Hotel das Cataratas, aproximadamente 500m e aclive de quase 20m. Vencida a subida, tem-se uma grande recompensa, a vista das Cataratas. Contornando o hotel, vem a descida mais forte da prova, aproximadamente 500m e 30m de declive. Redobre os cuidados, cautela! Cuidado com os joelhos. Depois, subida curta e acentuada e descida da mesma forma. Chega-se ao porto Canoas, Km 9,3.
            O retorno começa com o posto de água do km 9,5, depois se passa pela montanha-russa que se acabou de enfrentar. Pouco depois do km 10, a pior subida da prova, 30m de aclive em aproximadamente 500m. Metade da prova percorrida. Logo após o Hotel das Cataratas, tem-se uma descida forte. Aqui há o posto de isotônico, km 11.

            O percurso segue com subidas leves até o km 13, no km 12,5 há outro posto de água. Entre o km 13 e o 14, descidas leves. Chega-se ao Macuco Safári, 2/3 da prova ficaram para trás. Aqui se tem uma subida forte de 500m. Pouco após o km 15, atinge-se novamente o ponto mais alto da prova. No km 15,5 há outro posto de água.. Depois do km 15, é quase só alegria. Começa-se a descer, descidas leves até o km 19, no km 18,5 passa-se pelo Poço Preto. Quando se chega ao km 19, tem-se uma forte descida, mais de 1 km de descida e mais de 30 m de declive.  A prova termina em subida, aproximadamente de 1 km e 30 m de aclive, mas nessa subida, se faltarem pernas, sobra coração. Parabéns! Foi vencida a meia maratona das Cataratas. Hora de abraçar os amigos e comemorar muito.