Sempre ouvi falar que
doía. Alguns dizem que chegam a chorar de dor. Antes, não achava
necessário fazer, mas resolvi experimentar. “Que seja o que Deus
quiser!”
Fui chamado para uma
salinha lá no fundo. “Por que tão lá no fundo?”
– Preciso tirar a
camisa? – perguntei.
– Sim.
Deitei-me onde a mulher
me indicou.
– De barriga para
baixo?
– Sim.
A mulher pareceu-me uma
grande profissional, por isso me senti bem relaxado. Deitei e fiquei
esperando.
– Pode abaixar um
pouco mais o calção?
Bom, se é pra fazer,
que seja bem-feito. Pode abaixar.
Cuidadosamente, ela fez
o que havia pedido para eu fazer.
E eu lá, bunda de fora.
Totalmente inofensivo. Pensei: “Agora vai!”
E foi! Um puxão, dois
puxões, vários puxões. E passa algo lá atrás e mais alguns
puxões. Dor? Dor nenhuma. Até estava gostoso, uns beliscõezinhos
que pareciam massagem. Como eu queria que aquilo continuasse por mais
tempo. Troço gostoso esse de se depilar.
Ah! Esqueci de comentar
que minha esposa entrou junto. Acho que ela queria me ver gritando,
olhar nos meus olhos e dizer:
– Tá vendo! Pensa
que é fácil ser mulher!
Bom, tenho que admitir
que entrei lá decidido a não transparecer o sofrimento, mas que
sofrimento? Não teve sofrimento algum, amei essa tal de depilação.
– Doeu, amor? –
perguntou-me quando terminou.
– Um pouquinho!
– Viu como não é
fácil?
– Sim, agora entendo o
que vocês passam!
– Vai querer fazer
novamente?
– Se você me pedir,
faço! Qualquer sofrimento vale a pena para ficar mais bonito para
você.
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