É muito mais fácil ser
igual. Poucos têm disposição para ficar justificando, o tempo todo, os seus
atos, tidos como não convencionais. Muitos tentam ser diferentes, mas abandonam
para não “ter aborrecimento”.
Quando jovem, assisti a um
filme que me mudou, A Sociedade dos Poetas Mortos. Antes de assistir a esse
filme, jamais havia pensado em ser professor, esse filme colocou em mim o
desejo de ser professor de literatura. Adoro dar aula de gramática e de
produção de texto, mas realizo-me mesmo trabalhando literatura, é o meu amor. É
na literatura que consigo trabalhar do jeito que sempre imaginei. É aqui que
consigo colocar um pouco do professor Keating que existe dentro de mim.
A maioria das pessoas acha
esse filme maravilhoso, vibram com as aulas de Keating, mas muitas delas,
quando veem um professor trabalhando de forma nada tradicional, torcem o nariz.
Para muitos pais e, infelizmente, alguns professores também, nossos alunos não
devem ter um professor que os permita questionar, formar opiniões, argumentar...
E não é esse o papel da escola? Para muitos deles, nossos alunos devem ter na
ponta da língua, por exemplo, os coletivos. “Silêncio, turma! Abelha... enxame,
peixe... cardume, lobo... alcateia.” E de que adianta se saber o que é alcateia
se não se for capaz de imaginar lobos correndo livremente no campo? Continuemos
fazendo nossos alunos decorar verbos? Ou façamos com que eles realmente saibam utilizar
a mais importante arma da humanidade: a linguagem? A escolha é nossa!
Resolvi ser professor para
ser diferente da maioria dos professores que tive, pouco me acrescentaram, e
viviam me tolhendo; e busquei o melhor dos poucos mestres brilhantes que tive.
Foram poucos, mas foram especiais. Sou professor para fazer a diferença, não
vim a este mundo para ser mais um, não quero ser apenas mais um professor.
Voltando a A Sociedade dos
Poetas Mortos; nesta semana, assisti a esse filme três vezes com alunos de
turmas diferentes. Em todas afirmaram que sou muito parecido com o professor
Keating, o que me encheu de orgulho. Que não tenhamos o mesmo final!
Que meus alunos façam a
diferença!
Realmente você quer e consegue fazer a diferença!Admiro a sua coragem e vontade de fazer a diferença,sendo que poderia ser apenas mais um e não precisar se preocupar em pelo menos mudar a maneira das pessoas pensarem.
ResponderExcluirComo é gostoso ler seu comentário. E quanto me sinto feliz ao ver a evolução de vocês. A forma como vocês (a turma toda) argumentaram hoje me encheu de orgulho.
ResponderExcluir