sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Por que tantas pessoas se contentam em fazer igual?


É muito mais fácil ser igual. Poucos têm disposição para ficar justificando, o tempo todo, os seus atos, tidos como não convencionais. Muitos tentam ser diferentes, mas abandonam para não “ter aborrecimento”.
Quando jovem, assisti a um filme que me mudou, A Sociedade dos Poetas Mortos. Antes de assistir a esse filme, jamais havia pensado em ser professor, esse filme colocou em mim o desejo de ser professor de literatura. Adoro dar aula de gramática e de produção de texto, mas realizo-me mesmo trabalhando literatura, é o meu amor. É na literatura que consigo trabalhar do jeito que sempre imaginei. É aqui que consigo colocar um pouco do professor Keating que existe dentro de mim.
A maioria das pessoas acha esse filme maravilhoso, vibram com as aulas de Keating, mas muitas delas, quando veem um professor trabalhando de forma nada tradicional, torcem o nariz. Para muitos pais e, infelizmente, alguns professores também, nossos alunos não devem ter um professor que os permita questionar, formar opiniões, argumentar... E não é esse o papel da escola? Para muitos deles, nossos alunos devem ter na ponta da língua, por exemplo, os coletivos. “Silêncio, turma! Abelha... enxame, peixe... cardume, lobo... alcateia.” E de que adianta se saber o que é alcateia se não se for capaz de imaginar lobos correndo livremente no campo? Continuemos fazendo nossos alunos decorar verbos? Ou façamos com que eles realmente saibam utilizar a mais importante arma da humanidade: a linguagem? A escolha é nossa!
Resolvi ser professor para ser diferente da maioria dos professores que tive, pouco me acrescentaram, e viviam me tolhendo; e busquei o melhor dos poucos mestres brilhantes que tive. Foram poucos, mas foram especiais. Sou professor para fazer a diferença, não vim a este mundo para ser mais um, não quero ser apenas mais um professor.
Voltando a A Sociedade dos Poetas Mortos; nesta semana, assisti a esse filme três vezes com alunos de turmas diferentes. Em todas afirmaram que sou muito parecido com o professor Keating, o que me encheu de orgulho. Que não tenhamos o mesmo final!

Que meus alunos façam a diferença!

2 comentários:

  1. Realmente você quer e consegue fazer a diferença!Admiro a sua coragem e vontade de fazer a diferença,sendo que poderia ser apenas mais um e não precisar se preocupar em pelo menos mudar a maneira das pessoas pensarem.

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  2. Como é gostoso ler seu comentário. E quanto me sinto feliz ao ver a evolução de vocês. A forma como vocês (a turma toda) argumentaram hoje me encheu de orgulho.

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