Eles nasceram no dia de natal, por isso, seus pais não tiveram dúvida ao
escolherem seus nomes. Natan e
Natália eram lindos, não desgrudavam nunca, estudavam juntos, tiravam notas
altas e parecidas, brincavam com os mesmos brinquedos... Natan sempre protegia
a irmã, e ela sempre encobria as traquinagens do irmão. Todos admiravam o amor
que sentiam um pelo outro, os pais se orgulhavam de vê-los tão unidos.
Os dois cresceram e, quando entraram na fase dos
namoros, não deram trabalho a seus pais. Saíam sempre juntos pela noite. Em uma
dessas noites, Natan conheceu uma linda garota, pela qual se apaixonou
fervorosamente, Natália aprovou o namoro e se tornou muito amiga da cunhada, e
através de Luísa, esse era o nome da namorada de seu irmão, conheceu Luís, que
nascera no mesmo dia e viera do mesmo ventre que Luísa. Ficaria tudo em
família!
Quando saíam, os quatro iam juntos. Onde antes se
acostumara a ver dois, agora se viam quatro.
Marcaram o casamento para o mesmo dia. Casaram-se
na capela Nossa Senhora de Fátima. Naquele dia, não existia família mais feliz,
os pais eram só alegria, como era bom ver os filhos bem casados e unidos até na
hora de contrair núpcias, foi como se as duas famílias se acoplassem naquele
momento. Os pais deixaram de ter dois filhos e passaram a ter quatro. Ficou
tudo em família!
O início da vida conjugal foi espetaculoso. Em um
domingo o almoço era na casa dos Gomes, os pais de Natan e Natália, no outro,
dos Monteiro, pais da outra parte da família.
Moravam no mesmo bairro e na mesma rua, se faltava
açúcar na casa de um, era só correr a casa do outro, se alguém tivesse uma dor
de barriga no meio da madrugada, os irmãos acudiam, sentiam-se bem em poderem
se socorrer.
Os homens eram sócios em uma loja de materiais para
construção, as mulheres, professoras, porém em colégios diferentes. Eles não
tinham hora certa para chegar em suas casas, no entanto nunca trabalhavam até
muito tarde. Elas, no máximo, seis da tarde já estavam em seus lares.
Inicialmente, continuavam a sair como nos tempos de
namoro, sempre os quatro, porém, como já dizia Mário Prata, ou seria Miguel
Paiva? “Homem gosta de homem!” Veio a fase do futebol, das discussões depois do
futebol; das rodadas de cerveja para falar da bunda da gostosa da Glória, que
ia sempre à loja com aqueles seios pedindo para serem tirados do sutiã; das
pescarias em que não se pescava nada, nem piranha; enfim, destas e outras
coisas que mulher não gosta, só homem entende. Foi durante essa fase que surgiu
o futebol de quinta à noite. Ambos gostavam de futebol, porém não praticavam
esporte algum, daí veio a desconfiança das esposas, a resposta deles já estava
pronta:
- Chega de sedentarismo, vamos virar atletas!
- Mas nunca vimos vocês jogarem futebol!
- Nunca é tarde para começar.
Claro que nunca iriam virar atletas. Para elas,
isso mais parecia desculpa para uma escapada, no entanto, eles não davam
motivos para elas desconfiarem que tinham outra. Decidiram acreditar no tal
futebol.
Nas primeiras quintas-feiras, os homens iam ao
futebol e elas ao cinema. No início, a invenção dos irmãos Lumière foi um ótimo
programa, sentiam-se felizes juntas, porém, com o passar do tempo, aquilo foi
enchendo, a fila incomodava e até a pipoca parecia não ter o mesmo gosto.
Estava tudo muito mecânico, decidiram mudar de programa, e, na quinta seguinte,
Luísa passou na locadora, pegou um DVD e foi à casa de Natália, lá assistiriam
sem precisar se deslocar, lá se sentiriam mais à vontade. E Natália estava
mesmo à vontade, tão à vontade que vestia uma camisola transparente. O filme
era até interessante, Luísa, no entanto, prestara mais atenção na cunhada do
que na tela e assim que os créditos apareceram, dirigiu a palavra a Natália:
- Sua camisola é linda!
- Gostou mesmo?
- Sim, muito.
- Comprei ontem. Uma menina, que trabalha no
colégio, vende.
- Que legal!
- Se quiser comprar, ela deixa trazer para você
ver.
- Será?
- Claro que sim. Quer ver a outra que comprei?
- Comprou outra?
- Sim, quer ver?
- Quero!
As duas subiram ao quarto.
- É linda, mas gostei mais da que você está usando.
- Acho que ela fica bem em você.
- Será?
- Quer experimentar?
- Não sei, fico envergonhada.
- Qual é? Somos quase irmãs.
- Quase irmãs... na verdade... cunhadas.
- Põe, fiquei curiosa para ver como fica em você.
- Tudo bem, me passa então!
Natália começou a se despir. Já havia deixado cair
uma alça, deixando à mostra o seio esquerdo quando ouviram o barulho do portão,
ao olhar pela janela, Luísa constatou que seus maridos estavam chegando.
- São eles!
- Vai descendo que irei em seguida.
Luísa nunca havia descido aquelas escadas com
tamanha velocidade como naquela noite. Sentou-se no sofá e fingiu estar
assistindo TV quando os dois entraram, Natália apareceu em seguida trajando uma
camiseta e calças legging.
A esposa de Natan chegou excitadíssima a sua casa.
Como podia a cunhada tê-la deixado toda molhada? Tentou apagar o incêndio que
consumia seu sexo com o marido, porém este, após o banho, virou para o outro
lado e cinco minutos depois roncava. Luísa se viu obrigada a saciar-se com as
próprias mãos. Enquanto tocava-se, imaginava a cunhada: o seio à mostra, ela
mordiscando aqueles mamilos, degustando-os com sua língua, a parte proibida que
ela vira e imaginou como seria o que não avistara. Gozou... Dormiu pensando que
sempre ouvira dizer que homem tem tara pela cunhada e ria sozinha ao pensar na
esposa de seu irmão.
Na outra casa, Natália experimentara um sentimento
diferente e gostoso em relação à cunhada. Não fez sexo naquela noite, nem
sozinha, porém, ao tirar a calcinha, constatou que estava encharcada.
As duas passaram a imaginar como seria a próxima
quinta-feira. Sentiram medo. Sentiram-se anormais. Sentiram-se como se
estivessem fazendo algo muito errado, porém, o proibido parecia excitá-las.
Como prometera, Natália trouxe as tais camisolas
para Luísa, que acabou comprando algumas peças, a cunhada ainda comentou que
seu irmão ficaria feliz ao vê-la por baixo de uma embalagem tão excitante.
Na quinta-feira, assim que os homens saíram para o
futebol, Natália dirigiu-se à casa da cunhada. Conforme haviam combinado, cada
dia o filme seria em uma casa. DVD em mãos. A cunhada a esperava vestindo uma
linda e sensual camisola preta. Mal o filme começou e a dona da casa percebeu a
intenção da cunhada, o filme era quentíssimo. Não havia nada ali que fosse
capaz de segurar o desejo que uma sentia pela outra. Foi uma experiência nova e
muito prazerosa, aliás, ambas jamais haviam experimentado sexo tão bom. Gozaram
de uma forma que jamais imaginavam ser possível, e várias vezes. Descobriram
que só uma mulher sabe exatamente onde a outra gosta de ser tocada, só uma
mulher sabe quais são os pontos que levam outra à loucura, só uma mulher sabe
fazer uma “borboleta de Vênus” perfeita.
As quintas-feiras passaram a ser os dias mais
gostosos de suas vidas desde então. Às vezes, até tinham sexo com os maridos em
alguns outros dias da semana, porém nunca era como quinta Pensaram em se
encontrarem em outros dias, mas logo concluíram que não seria bom. Uma vez por
semana estava ótimo, mais, estragaria.
Em uma dessas quintas, ainda na cama, Luísa
comentou com a cunhada:
- Estou desconfiada que seu irmão é gay.
- Por quê?
- Andei achando algumas coisas esquisitas entre as
suas coisas de futebol.
- O quê?
- Algumas coisas estranhas.
- Fala logo. O quê?
- Lubrificante e camisinhas.
- Puta merda!
- Natália! Já parou para pensar em uma coisa?
- O quê?
- Este futebol deles, sempre tão demorado...
- Ainda bem, assim temos bastante tempo.
- Não é isso que quero dizer! Nunca desconfiou de
nada?
- De quê?
- E se eles tiverem um caso? Se eles forem gays?
- E daí? Fica tudo em
família
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