O imenso mar, meu
mundo. Eu, meu barco e o mar; velejava em águas calmas, porém nunca
fora muito chegado à tranquilidade, calmaria me deixava inquieto,
gostava de ação.
Eu, meu barco, o mar
e a tempestade, tempestade que chegara sem se anunciar, mesmo
conhecedor do tempo em oceanos não havia como prevê-la, meu veleiro
balançava, sentia que ele podia virar a qualquer momento. Esperei
pelo pior, já imaginava o que faria quando me visse solto na água,
seria meu fim, mas um herói como eu não se entregaria facilmente,
lutaria pela vida enquanto houvesse possibilidade de mantê-la.
- Filho! Filho!
Parecia escutar a
voz de minha mãe, respondi:
- Ainda não,
ficarei mais um pouco aqui.
- Chega, meu filho!
Já ficou tempo demais.
- Guardo boas
recordações de minha mãe, mas mães muitas vezes nos fazem deixar
de sonhar, fazem-nos voltar à realidade.
- Por que mãe? Por
que não posso ficar mais?
- Por favor, filho.
Vem!
Decidi não mais
responder, continuaria lutando bravamente, afinal de contas, eu era
ou não um herói?
- Já falei que
chega de água por hoje!
Minha mãe virou a
bacia, vi meu mar esvaziar-se ralo abaixo, naquele momento eu deixava
de ser o Capitão Maré e me transformava no Capitão Toalha.
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