sexta-feira, 30 de setembro de 2011

CAPITÃO TOALHA


O imenso mar, meu mundo. Eu, meu barco e o mar; velejava em águas calmas, porém nunca fora muito chegado à tranquilidade, calmaria me deixava inquieto, gostava de ação.
Eu, meu barco, o mar e a tempestade, tempestade que chegara sem se anunciar, mesmo conhecedor do tempo em oceanos não havia como prevê-la, meu veleiro balançava, sentia que ele podia virar a qualquer momento. Esperei pelo pior, já imaginava o que faria quando me visse solto na água, seria meu fim, mas um herói como eu não se entregaria facilmente, lutaria pela vida enquanto houvesse possibilidade de mantê-la.
- Filho! Filho!
Parecia escutar a voz de minha mãe, respondi:
- Ainda não, ficarei mais um pouco aqui.
- Chega, meu filho! Já ficou tempo demais.
- Guardo boas recordações de minha mãe, mas mães muitas vezes nos fazem deixar de sonhar, fazem-nos voltar à realidade.
- Por que mãe? Por que não posso ficar mais?
- Por favor, filho. Vem!
Decidi não mais responder, continuaria lutando bravamente, afinal de contas, eu era ou não um herói?
- Já falei que chega de água por hoje!
Minha mãe virou a bacia, vi meu mar esvaziar-se ralo abaixo, naquele momento eu deixava de ser o Capitão Maré e me transformava no Capitão Toalha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário