domingo, 25 de setembro de 2011

CARTA DE DESPEDIDA

Se eu morrer esta noite, morrerei feliz,

Morrerei da forma que eu sempre quis.

Se eu morrer esta noite não será por me encontrar a beira do precipício,

não quero choro, só aceito o choro de Vinícius,

que seja respirar, e chorar, e adormecer, e se nutrir de amor para poder chorar.

Esta noite não quero o olhar,

a não ser que sejam de Capitu, olhos de ressaca,

em meu peito nu esta faca.

Não quero mais este mundo, não me acuda.

só quero beijos se forem mais profundos que este abismo de Neruda.

Se morrer esta noite

Não me coloquem em um caixão.

Digam ao Nilton que irei ao lançamento de seu livro, carregar-me-ão?

A cidade cheira a pêssego e ópio

Jeane procura cronópios.

E eu já morro aos poucos

Sentirei saudade das aulas do Amarildo e Rita.

Mas que Deus permita

Que eu morra esta noite

Que eu não acorde com o Sol

Morro feliz, reencontrei Carol.

E amei cada um de vocês,

família TCC.

Façam um sarau

Falem sobre Kafka, Dickens, Balzac e Sthendal.

Chamem os russos, Dostoiévski, Tólstoi, Púchkin,

Tchêkhov, Gorki, Turguêniev e Grin.

Convidem Márquez, Llosa, Fitzgerald, Autran Dourado,

Ignácio, os Rubems, Andrade e Machado,

Quero os Verissimos, Lygia, Clarice e Quintana.

Parte minh'alma insana

esvai-se no regato

entre Ramos, Rosa, Leminski, Lobato,

Rachel, Trevisan, Drummond e Azevedos

É tarde, eu sei, já morri, e do escuro não tive medo,

mas tinha uma pedra no meio do caminho.

E se perguntarem se eu passarei, diga que eles passarão,

eu passarinho

Foz do Iguaçu, 16 de Setembro de 2011.

Um comentário: