terça-feira, 27 de setembro de 2011

TUDO VALE A PENA / SE A BUNDA NÃO É PEQUENA

A televisão me deixou burro, muito burro demais...” (TITÃS)

Acabarei não mais ligando minha TV, ainda insistia em manter esse aparelho em funcionamento duas ou três vezes por semana. Amante do esporte que tem como rei um negro que trajava manto branco, ainda persistia em acompanhá-lo, mas a televisão está fazendo com que até o futebol perca a graça.
Pelé socava o ar, Neto deslizava de joelhos na grama, Alessandro dava cambalhotas, Lela fazia caretas, Borges, felizmente, ainda dá seus mortais. O gol, o clímax, o orgasmo do futebol, o momento único para o goleador, seu companheiro e para milhares de torcedores que anseiam por ver a explosão de alegria de seu artilheiro.
O futebol evoluiu, mas ainda é o mesmo, o sentimento da torcida também. A bola cruza a linha da cal paralela ao travessão. “O matador” corre, balança o corpo para a direita, para a esquerda, exatamente como fizeram os autores dos três gols anteriores na partida, inclusive o da equipe adversária. Cadê a graça? Cadê a marca registrada do artilheiro? Ou, simplesmente, a liberação das emoções guardadas para tal momento? O grito de alegria? O inusitado?
Só hoje, segunda-feira, durante uma conversa com amigos de trabalho, descobri o motivo de se comemorar o orgasmo futebolístico de mecânica forma, uma campanha de um programa de TV. Tomei meu cafezinho e deixei meus amigos no momento em que começavam a falar sobre um daqueles televisivos programas domingueiros, ainda os ouvi dizer:
- Você viu a vencedora do Big Brothel Brasil no Falsão?
- Fantástica!
- Viu o que ela disse quando perguntada se valeu a pena?
- Nossa! Depois de tanto sacrifício naquela casa, uma verdadeira heroína. Ela foi perfeita.
- Não assisti. O que ela disse?
- Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena.
Pobre Fernando Pessoa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário