segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O PRAZER DO CRÉK

           Poucas coisas na vida dão tanto prazer quanto matar baratas. O sentimento de matar uma barata é como o de fazer um gol, porém, como não se faz um gol de qualquer jeito, não se matam estes seres kafkianos com desdém.

Não gosto de matar baratas na parede, primeiro as derrubo e depois... crék, um pisão só, concluí que o importante não é matar o inseto e sim o prazer que este ato proporciona.

Devido a isso, desenvolvi algumas técnicas especiais. Como já disse, matar na parede não tem graça, assim como matá-la voando ou com o uso de inseticida. O lance está em ver o inseto cair e tentar fugir. Deve-se dar chance a ele de correr. A barata “pensar” que pode escapar também é prazeroso, por isso faz-se com que ela apenas caia ao chão, sem machucá-la, porém, o prazer do crék, ah! O prazer do crék!

Para executar um bom crék é necessário um calçado especial, não pode ser qualquer chinelo, tenho um bem surradinho, todo ressecado que é de uso exclusivo para este fim, é uma perfeição o crék que ele inflige, e crék perfeito não é assim tão fácil de obter.

O crék perfeito é como um gol de placa, o “atleta”, sim, pois o matador de baratas deve assim ser chamado, afinal de contas, matar baratas é um esporte que exige preparo físico e emocional, concentração, técnica, paciência e habilidade. Bem, o atleta deixa que a barata corra alguns decímetros e com o seu calçado mais adequado ao esporte dá um salto, que deve ser superior a 75 cm, e crék. Vale lembrar, que esmagar o bichinho não é legal e mesmo que haja crék não há prazer quando isto acontece, por isso, o salto deve ser muito bem calculado e a lateral dianteira do pisante deve atingir pouco mais que a cabeça do meliante.

Agora, vou colocar meu chinelo e irei à cozinha, se der sorte, ao acender a lâmpada encontrarei uma por lá “me esperando” e se der tudo certo ainda obtenho meu crék na primeira tentativa, estando assim, pronto para me encontrar com Claudinha e em seu corpo ter o meu segundo orgasmo no dia.

Claudinha não é uma maravilha de mulher, mas tem lá suas qualidades, além de dividir o apartamento com algumas “cucarachas”. Depois do sexo tenho grande chance de um terceiro orgasmo.

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