quarta-feira, 12 de outubro de 2011

12 DE OUTUBRO DE 2002

      D. Rosa saiu contrariada, não mais conseguia carregar seu filho, Thiago, à igreja; seguiu sozinha naquela manhã chuvosa, feriado, dia da padroeira do Brasil, pecado mortal faltar à missa, precisava rezar pelos dois.
      - Thiago! Thiago! - gritavam do portão.
      - Que foi?
      - A Ribeira, tá enchendo rápido, o povo precisa de ajuda para salvar os móvel.
      - Tô indo.
      Geralmente a chuva castigava a região em outras épocas do ano, naquele, ela surpreendeu a todos, veio de repente, e veio forte. O pessoal da vila de cima já estava acostumado a socorrer o da vila de baixo, a correria foi geral.
      - Vamos Lauro! Vamos que sua casa está inundando! - gritou Thiago ao ver que aquele não se movia devido à bebedeira.
      - Num isquenta! Num isquenta que o Brasil é penta – respondeu o bêbado.
      Próximo ao meio dia, a senhora católica voltou da missa, e assustou-se ao ver a rua deserta, ao avistar Tiquinho, um menino molambento da vizinhança, perguntou:
      - Ué! Cadê o povo?
      - Tá tudo lá imbaixo, a Ribera istorô.
      - Cê viu o Thiago?
      - Tá lá também. A sinhora não vai ajudá?
      - Não, tô cansada, preciso descansá.
      Faltavam quinze minutos para as sete da noite quanto Thiago entrou em casa, sua mãe foi logo falando:
      -Que demora!
      - Muita trabalheira, mas todos saíram.
      - Corre tomá banho que espero pra ir na missa.
      - Não vou, mãe.
      - Não vai?
      - Estou muito cansado.
      - Cansado? Pra Deus nunca devemos está cansado. Desse jeito não vai pro céu. Só quem pratica o bem vai pro céu.
Foz do Iguaçu, 12 de Outubro de 2011.

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