D. Rosa
saiu contrariada, não mais conseguia carregar seu filho, Thiago, à
igreja; seguiu sozinha naquela manhã chuvosa, feriado, dia da
padroeira do Brasil, pecado mortal faltar à missa, precisava rezar
pelos dois.
- Thiago!
Thiago! - gritavam do portão.- Que foi?
- A Ribeira, tá enchendo rápido, o povo precisa de ajuda para salvar os móvel.
- Tô indo.
Geralmente
a chuva castigava a região em outras épocas do ano, naquele, ela
surpreendeu a todos, veio de repente, e veio forte. O pessoal da vila
de cima já estava acostumado a socorrer o da vila de baixo, a
correria foi geral.
- Vamos
Lauro! Vamos que sua casa está inundando! - gritou Thiago ao ver que
aquele não se movia devido à bebedeira.
- Num
isquenta! Num isquenta que o Brasil é penta – respondeu o
bêbado.
Próximo
ao meio dia, a senhora católica voltou da missa, e assustou-se ao
ver a rua deserta, ao avistar Tiquinho, um menino molambento da
vizinhança, perguntou:
- Ué!
Cadê o povo?- Tá tudo lá imbaixo, a Ribera istorô.
- Cê viu o Thiago?
- Tá lá também. A sinhora não vai ajudá?
- Não, tô cansada, preciso descansá.
Faltavam
quinze minutos para as sete da noite quanto Thiago entrou em casa,
sua mãe foi logo falando:
-Que
demora!
- Muita
trabalheira, mas todos saíram.
- Corre
tomá banho que espero pra ir na missa.
- Não
vou, mãe.
- Não
vai?
- Estou
muito cansado.
- Cansado?
Pra Deus nunca devemos está cansado. Desse jeito não vai pro céu.
Só quem pratica o bem vai pro céu.
Foz do Iguaçu, 12 de Outubro de 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário