quarta-feira, 5 de outubro de 2011

GERMINARE (texto de Angelinna Munniz)

E germinam tão insólitos, concretos

Teus pensamentos, sobras de um passado

Insano e frio, corroído e maculado,

Imundo e corrompido desde feto.


Ver não querem, cenário vil completo,

Meus olhos, teu calvário, triste fado,

Fora de cemitério sepultado,

Abrigas um império, lar de insetos.


Corpo em degradação, alma já não sente,

Meu inerme coração, sofre, incendeia,

Se choras, não se vê e olhas fixamente.


Banquete então se fez, viraste ceia,

Vê-se apenas diabólica serpente,

Rastejas, voraz, sórdida na areia

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