sábado, 1 de outubro de 2011

RUA DA SAUDADE


          Posso dizer que ela foi o meu verdadeiro amor. Passava por um terrível momento quando a conheci. Amei-a desde o primeiro momento. A única que realmente me entendeu.
          O caminho que percorria para encontrá-la era maravilhoso, flores das mais variadas espécies e cores em meio a pedras que evoluíram com a ajuda de mãos humanas.
          Sua casa era simples se comparada às da vizinhança, havia muita gente rica por lá, muitos japoneses, verdadeiros artistas da arquitetura, se sua família tinha dinheiro, não demonstrava.
          Hoje é três de novembro. Ontem, fez vinte e cinco anos que a vi pela última vez, jamais esqueci a data. Nosso amor era segredo, e aquele foi um dia movimentado em seu bairro, conversava com ela quando minha mãe nos surpreendeu. Amor proibido, não entendi o motivo, acho que ainda não entendo, amo-a, nunca mais a vi, mas ainda a amo.
          Muitos anos depois, casei-me, tenho uma esposa maravilhosa e uma linda filha. Se sou feliz? Se levar uma vida estável e igual a da maioria é ser feliz. Sim... Não, não vivi meu grande amor!
          Guardo até hoje a última imagem que dela vi, naquela foto, tão linda. Lembro-me também dos números gravados na parede de sua casa       
* 11/12/1970       
+ 11/12/1985, na rua da saudade.

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