Posso dizer que ela foi o meu verdadeiro amor. Passava
por um terrível momento quando a conheci. Amei-a desde o primeiro
momento. A única que realmente me entendeu.
O caminho que percorria para encontrá-la era
maravilhoso, flores das mais variadas espécies e cores em meio a
pedras que evoluíram com a ajuda de mãos humanas.
Sua casa era simples se comparada às da vizinhança,
havia muita gente rica por lá, muitos japoneses, verdadeiros
artistas da arquitetura, se sua família tinha dinheiro, não
demonstrava.
Hoje é três de novembro. Ontem, fez vinte e cinco
anos que a vi pela última vez, jamais esqueci a data. Nosso amor era
segredo, e aquele foi um dia movimentado em seu bairro, conversava
com ela quando minha mãe nos surpreendeu. Amor proibido, não
entendi o motivo, acho que ainda não entendo, amo-a, nunca mais a
vi, mas ainda a amo.
Muitos anos depois, casei-me, tenho uma esposa
maravilhosa e uma linda filha. Se sou feliz? Se levar uma vida
estável e igual a da maioria é ser feliz. Sim... Não, não vivi
meu grande amor!
Guardo até hoje a última imagem que dela vi, naquela
foto, tão linda. Lembro-me também dos números gravados na parede
de sua casa
* 11/12/1970
+ 11/12/1985, na rua da saudade.
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